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06 abril 2011

“É n’Ele” – Letra e Música de Stênio Marcius

É nEle que nos movemos
Vivemos e existimos
É nEle, é nEle
Se amo, falo, choro ou canto
É nEle que tudo acontece
É nEle, é nEle
Batidas do meu coração
Dependem desse Maestro
E até o ar que eu respiro
É Ele mesmo quem me dá
Em volta da mesa com os meus
Celebro com vinho a vida
É Ele quem dá gosto a tudo
Com Ele a alegria sempre está



É nEle que eu descanso
Pois sei em Quem tenho crido
É nEle, é nEle
Fui salvo por Sua Graça
Eu trago comigo esta glória
É nEle, é nEle


Arrasto por onde vou
Correntes de amor eterno
E grito ao universo inteiro
Quem dEle vai me separar?
Silêncio na terra e no mar
Silêncio nos mundos distantes
Pois nada me arranca dos braços
D'Aquele que me amou primeiro



Mais uma composição primorosa do amado Stênio Marcius, registrada em seu mais recente CD “Beleza do Rei” (ouça um trecho da música acima, de outras do CD e compre aqui). Ela vai de encontro às “teologias humanistas” que têm atacado a igreja nestes dias, onde as palavras de ordem e decretos têm sido chamadas de verdadeiras expressões de fé, onde as pessoas são iludidas em achar que sua oração é que move a mão de Deus. Tempos onde a salvação é conquistada e as bênçãos são conseguidas por esforço. Onde a graça tem sido confundida com permissão para pecar. Dias em que até o poder do Soberano Senhor e seus atributos têm sido subestimados. Trata-se de uma letra com sólido fundamento bíblico e riquezas melódica e harmônica, na simplicidade de violões e flauta. O CD é arranjado pelo primoroso Silvestre Kuhlmann, exceto a música destacada aqui "É n'Ele", assinada por Diego Venancio.



A idéia da canção é baseada num trecho do conhecido discurso de Paulo em Atenas: Atos 17:28 - pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração. Esse texto inspirado foi composto a partir de duas citações de poetas gregos. Do primeiro, Epimênides (600 a.C.), Paulo usa a parte final do poema que descreve o discurso que Minos, filho de Zeus, fez em sua homenagem, na ocasião de sua morte: “em ti nós vivemos e nos movemos e temos nosso ser”. Do segundo, faz uso de uma pequena parte e uma poesia de Arato de Soles (315–240 a.C.), da Cilícia, na Ásia Menor, intitulada Phainomena, escrita em homenagem a Zeus: “...porque na verdade somos sua descendência”.*



Claro que Paulo conhecia o contexto dessas frases e sabia que ambas exaltavam a Zeus. Mas pinçando-as e alocando-as no contexto de sua pregação no Areópago, Paulo dava uma “tapa com luvas de pelica” em seus ouvintes. Ele estava consolidando o que já vinha tratando nos versículos anteriores acerca do poder do Deus verdadeiro que criou e sustenta a vida, demonstrando que os poetas estavam certos em suas colocações, mas equivocados quanto ao verdadeiro agente propulsor de todas as coisas e que do nada gerou a vida.



É interessante refletir um pouco sobre a estratégia de Paulo com o uso dessas citações em Atos 17.28: 1. Estava “antenado” com a cultura de seu tempo; 2. Mostrou-se sensível e compadecido com aquele povo, cuja idolatria expressava a aflição de cegos em busca de Deus; 3. Reconheceu que a verdade de Deus está presente em toda a sua criação e por isto não viu dificuldade em usar citações de poetas pagãos como auxílio na exposição do evangelho; 4. Abriu mão de uma citação direta do Antigo Testamento, visando alcançar e manter a atenção de seus ouvintes; 5. Ao fazer citações de poetas conhecidos de sua audiência, Paulo não os relaciona a Zeus, mas ao “Deus desconhecido”, que ainda estava oculto para eles. Quando se usa elementos da cultura para uma “ponte” à evangelização, deve-se ter o mesmo cuidado de Paulo, conforme demonstrado neste último item.



Em sua pregação, Paulo destacou que nada o homem pode fazer a não ser que Deus o faça. O que somos e fazemos, dependem dele! Pobre do homem que acha que pode algo. Coitado daquele que não tem mais fé que é Deus que move e sustenta tudo o que há. Desgraçado daquele que pensa que Deus está limitado aos seus fracos limites.



Stênio Marcius desenvolveu Atos 17.28 em sua música com brilhantismo e genialidade, demonstrando as implicações de viver, existir e nos mover Nele, que rege as batidas do meu coração, tal qual um maestro que sabe quando a música começa, quando terminará, seu tom e toda sua dinâmica (Salmo 139.16); que me dá o ar para respirar e a alegria para festejar com meus amigos (Salmo 4.7); que é poderoso para sustentar a minha salvação, já que veio por sua graça e nada poderá me arrancar das mãos daquele que me amou primeiro (Efésios 2.8; Romanos 8.35-39; João 10.29; 1 João 4.19). Nele, além de, viver, mover e existir, posso encontrar descanso na plenitude de seu poder (Salmo 91.1).



Precisamos nos cercar de músicas que tratem com essa seriedade a riqueza das Escrituras e que explorem sua profundidade com compromisso. O Stênio tem sido um desses homens que Deus tem comissionado a, nesse espírito, levar a sua Palavra em forma de canção. Que Deus lhe conceda tantas outras mensagens cantadas.



Heleno Filho


* Informações baseadas no Comentário de Atos, do Dr. Simon Kistemaker.

7 comentários:

Marcos Augusto,  6 de abril de 2011 às 11:02  

Olá, meu querido. Parabéns pelo excelente artigo. De fato, considerando o evangelho diluído que tem sido pregado através de cânticos que mais parecem uma sopa rala, que não alimenta a alma, a música de Stênio Marcius é alimento sólido e saudável. Uma vez que somos bombardeado com canções que colocam "madeira, feno e palha" sobre o fundamento, o qual é Jesus Cristo (isto quando não removem o próprio fundamento), as composições desse servo de Deus são como "ouro, prata e pedras preciosas" que podem ser usadas na edificação do santuário de Deus, a igreja. Por isso, você está de parabéns por divulgar o trabalho dele.
Abraço,
Marcos

Anônimo,  6 de abril de 2011 às 13:38  

Excelente artigo, Heleno!

Casal 20 6 de abril de 2011 às 13:53  

Só para vocês estarem sabendo, tentei comprar no site do VPC e deu erro. Já avisei para eles e estou aguardando. Isso é ruim, porque, provavelmente, tem mais gente tentando comprar o cd e não consegue por problema com o serviço. Principalmente, porque vcs estão postando, aí, claro, o pessoal vai querer comprar (quando o produto é de qualidade, aí a galera disputa no tapa rsrsrsrs).

Abraços sempre afetuosos.

Gabriela Costa 7 de abril de 2011 às 15:40  

Concordo em gênero, número e grau com o Marcos Augusto. Ouvir as canções do Stênio é como um oásis em meio ao deserto de canções vazias, errôneas e repetitivas que reinam no mundo 'gospel'. Elas trazem alento, porque foram dadas por Deus.

Casal 20,
Caso não consiga, na comunidade do Stênio no orkut vocês podem pegar o e-mail da Selma que ela encomenda os cd's pra você. Ao menos foi assim que eu comprei.

Heleno Filho 8 de abril de 2011 às 11:13  

Marcão, de fato ouvir coisa boa hoje se tornou trabalho de garimpagem e as músicas do Stênio tem nos poupado o trabalho. São verdadeiras pérolas.

Obrigado Lí. Que Deus continue te abençoando, querida.

Heleno Filho 8 de abril de 2011 às 11:20  

ATENÇÃO querido Casal20 e interessados em adquirir os trabalhos do Stênio: Enviar e-mail para sua esposa, Selma, e ela explicará como:

sdeoliveiranogueira@hotmail.com

Quando indiquei o link acima, pensei mais em fazer com que todos pudessem conhecer um pouco do trabalho, já que é possível ouvir parte das faixas do CD naquele site.

O endereço da comunidade "Stênio Marcius" no Orkut é:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=7336849

Abraços!!

Heleno Filho 8 de abril de 2011 às 11:22  

Gabi, nesses dias da música comercial, sem conteúdo ou preocupações com a poesia, melodia e harmonia, ouvir Stênio Marcius é um deleite para nossa alma. É daqueles compositores que sabe falar ao coração.

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